sábado, 12 de março de 2011

Um Rei simplesmente mortal


Sempre ouvimos falar que o ser humano não nasceu para viver sozinho e que para sermos felizes precisamos compartilhar nossa vida com os outros. A história relatada no grande vencedor do Oscar desse ano, O Discurso do Rei, mostra que precisamos do outro também para vencer. O filme gira em torno do esforço do futuro rei George VI em superar um obstáculo que impedia sua auto afirmação: a gagueira. Depois de muitas tentativas fracassadas o herdeiro do trono encontra a pessoa que pode ajudá-lo de verdade na figura de um homem simples, que nem formação adequada possuía, mas que conseguiu fazer o Rei se assumir como Tal, o fazendo encarar seus problemas, suas limitações e seus traumas de frente. Lionel se torna muito mais do que um médico pessoal ou conselheiro, se torna amigo do Rei.
A imagem da monarquia foi ao longo dos séculos associada à figuras fortes e que aparentemente demonstravam não ter sentimentos "inferiores" como medo, fraqueza, insegurança, solidão, essas coisas que parecem que só meros mortais podem sentir. O filme mostra de maneira brilhante esse lado humano dos reis.
Os dilemas vividos pelo Rei George acontecem na vida de milhares de pessoas em todo o mundo, quantas vezes também não nos sentimos incapazes? Vivemos numa sociedade que está sempre nos cobrando, temos que alcançar sucesso em todas as áreas da vida se não uma hora ou outra seremos cobrados. E muitas vezes, apesar de termos o sonho de assumir um papel importante que nos dê orgulho, nos sentimos travados pelas nossas próprias limitações e acabamos nos acomodando. Para que isso não aconteça é fundamental que assim como o Rei George, agente tenha coragem para seguir em frente mesmo com as adversidades. A presença de um amigo nessas horas é essencial para que não esqueçamos que somos capazes.